CONTENÇÃO
Se o amor for espartilho,
que segure firme o corpo
e acolha a alma de dentro
Se espartilho for um par,
que ajuste pela cintura um encaixe perfeito
Se for a paixão um espartilho,
que modele os sentimentos
com alguma forma ou razão
Se o tesão for espartilho,
que desabotoe, afrouxe tudo,
e se solte em fetiche louco
Se espartilho for elegância,
que mantenha na moda a silhueta renascentista da frança
Se a paciência for espartilho,
que seja maleável como um hímen
e complacente
Se decência for espartilho,
que não canse, não relaxe, não seduza,
não se venda
não se venda
Se espartilho for castigo,
que exorcize com força dobrada e torturante
os íntimos pecados
Se espartilho for o fim de tudo,
que abra sozinho
e caia sem medo
do chão
do céu
do nada
que aterrisse num leve pouso
sereno
como avião de papel
e liberte
o último suspiro
sem aperto
Arte de Eliana Guedes
Poema de Tatiana Druck
Que irreverente e livre espartilho!
ResponderExcluirQuero um para mim.
Ah, a Bípede, sempre em todos os Blogs. Ela é a rainha dos Blogs. Se eu fosse mulher, quereria também este espatilho. Mas vejam, não me sobra nada.
ResponderExcluirAh, Paulo, tens razao, esses poemas andam afeminados demais!.. vou fazer um poema bem "macho" em tua homenagem, juro...tipo aquele "eu mato quem roubou minha cueca pra fazer pano de prato..", essas coisas. Amanha sai.
ResponderExcluir;) bjo!
Que elegante ficou esse post, Tati. Estou felizes das vidas. Beijo!
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