CARTILHA
Se filhos são ilhas de existência autônoma
cercada por sonhos de outros
que os aprisionam,
que pena.
Não deveriam sentir-se isolados
acuados em terras estranhas
Tomara possam escapulir pelo ar
com as artimanhas que escondem no armário
Porque é deles a escolha
de pintar o cenário, o cabelo, o muro, o mundo
cruzar mar, caatingas, cerrados,
e o futuro
Não os quero ilhados.
Tomara saiba eu recolher minhas águas
e deixar-lhes fluido o espaço
Tomara possam ouvir minhas preces
mas seguir sua sorte
E enquanto crescem
que eu consiga impor-lhes apenas
como rotina obrigatória, o abraço
como disciplina, o amor
como láurea, a paz
e como tema de casa diário
o exercício ordinário da sua própria história.
3º LUGAR
XVI Concurso nacional da Academia Caxiense de Letras 2011
Eu não acrescentaria um ponto. Esse o maior legado que qualquer poderia deixar. Senti aqui dentro. Parabéns.
ResponderExcluirBeijos, Tati
Que legal, Tânia. Feliz dia das crianças pra ti! Beijo
ResponderExcluirParabéns pela premiação, moça!
ResponderExcluirobrigada, Fred! A Academia de Caxias do Sul leva a sério a arte, eu gosto de instituições assim.
ExcluirLindo texto. Temos a idéia de ver as crianças como "nossas", mas são mesmo seres autônomos, vidas distintas da nossa, que merecem trilhar seu caminho a seu modo e buscar a felicidade. As imposições na estrofe final são irretocáveis. Um abraço!
ResponderExcluirValeu, Paulo! É um exercício diário e difícil esse de deixar os filhos crescerem por si, não é?
ExcluirAbração
Difícil mas necessário. Passando para te deixar um abraço e agradecer a visita
ResponderExcluirTomara!!
ResponderExcluirOs seus serão o máximo porque você é incrível.
Beijos :)
Que nada, Bipe. Sou a mãe que consigo ser e erro como todos os pais: tentando acertar. Mas eles sobrevivem! ;)
ExcluirBeijo pra ti e pro teu pequeno