Diz aí, você também parou para ver. Se não parou; espiou, gostaria de, ou ainda vai. C’mon, ninguém no mundo passa alheio ao desfile de despedida da Pernalonga mais bem paga do planeta. É como o último jogo do Maradona - por acaso você fechou os olhos? Aham.
Não,
ninguém de nós ontem estava ligado nas tendências da coleção verão 2016. Queríamos
admirar, contemplar, entender o fenômeno. Não é só um par de belas pernas
compridas com um sorrisão de 128 dentes lá no alto. Ela é mais, é
maior. Ela é über.
Eu vi, aplaudi e até chorei junto. Com a Gisele Bündchen,
ontem, no São Paulo Fashion Week, e com Maradona, em 1997. Tudo igual. Esses
casos que nos fazem pensar como é a vida. Um dia a guria de Horizontina aparece
de vestidinho vermelho da Colcci e um gato na mão. Era 1997, ela tava começando.
De repente veste um biquíni estampado com Che Guevara e cria o frisson. Já era 2002
e ela consagrada como número um do reino fashion. Lá pelas tantas Gisele está por aí embolsando 150 milhões a cada ano de aparições e o Guinness a registra como
modelo mais rica da história.
Vai
dizer que nesse percurso ficou mais bonita? Criou uma pernada especial de
passarela que ninguém mais conseguiria reproduzir? É o cabelo mais brilhoso? Falta
mulher estonteante no universo da moda? Necas! É a vida. Uns emplacam, outros
batem na trave, a maioria não chega nem perto. É a união da vocação com as oportunidades.
Da sorte com o empenho pessoal. Da atitude com uma conjunção astral inexplicável.
Num
determinado momento, os talentos ficam pululando em estado latente. Tudo se
define com um passo. Se Gisele tivesse sido chamada para a seleção gaúcha de
vôlei (então sua paixão) pouco antes de ser convidada para fazer um book, hein?
Às vezes uma sutil passada antes ou depois, para a direita ou para a esquerda,
para mais ou para menos, é que estabelece o destino.
Ontem a top máster entrou na passarela do SPFW ovacionada
como um Mick Jagger universal. Para quem ainda não viu, já digo: ela estava linda e surreal
como sua conta bancária. Chegou rindo e reluzente, com aquele ar de garota que
mora na praia. E saiu chorando humanamente como todos nós.
Parar
também é emocionante e difícil. Aliás, saber a hora certa de 'dar o último passo' é um passo pra lá de crucial.
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